Olê olê olá ヾ(・∀・`o)ノ Como vão vocês? Durante esse mês de sumiço eu consegui recuperar meu sono — e perdê-lo de novo. Tentei escrever dois posts diferentes, que atualmente estão guardados e talvez um dia irão aparecer e inacabados. No fim, acabei escrevendo algo totalmente diferente (apesar de o assunto ser o mesmo: música) e que foi fruto da mesma coisa que gerou meu post anterior: uma epifania. A epifania se caracteriza como a súbita compreensão de algo, então eu sei que essa é uma palavra errada para o que estou sentido, mas é a única que consegui encontrar. Se alguém conhecer uma palavra para "fui atormentada por um assunto que me causou agonia até que eu escrevesse sobre Ele" eu aceito que me digam kakakaka Bem, sugiro que ouça a música fixada no post antes de ler o textão!

Esse texto surgiu às 03:00 da manhã, depois de eu não conseguir dormir porque ouvi Viva La Vida e o sentimento agoniante (é realmente essa a descrição, meu coração doía) de nostalgia estava me atormentando.

Cheguei a uma conclusão: eu amo essa música, mas eu odeio ela.

Talvez alguns de vocês (apenas os mais novos hehe) não conheçam Viva La Vida. É uma música do Coldplay, lançada em 2008. É chocante, mas isso foi há incríveis 13 anos.

Em 2008 eu tinha seis anos, o que significa que eu não sabia muito sobre a vida. Sei lá, era uma época de inocência, paz e tranquilidade. Uma época onde, dentro do meu mundinho,  eu fazia o que eu queria. Acho que, como diz a música, that was when I ruled the world (Isso foi quando eu dominava o mundo). Hoje eu tenho me sufocado em meio às ordens e confusão. A música Running do Land of Color, que eu mencionei no último post, expressa muito dessa tristeza que algumas vezes me consome. Diante das ordens daqueles que não são Deus, eu me encolho e, na minha constante fuga de conflitos, costumo não me posicionar (tenho feito isso ultimamente, e me visto como uma boa e maluca adolescente).

Eu gosto dessa música. Ela é inexplicavelmente boa. Acho que por ter sido uma das primeiras músicas que eu me vi apreciando, ela pra mim tem uma qualidade peculiar. A letra é boa, o ritmo, o clipe é engraçado, ruim e bom ao mesmo tempo. O único problema nisso tudo é que eu odeio ela. 

Dentre tudo na minha vida que pode causar nostalgia, Viva La Vida está brigando pelo primeiro lugar apaixonadamente. Quando a ouço, sinto uma nostalgia tão forte que meu coração começa a doer. Parece impossível, mas é uma tristeza que por pouco não transborda em lágrimas. 

É difícil. 

Eu nunca pensei que fosse realmente enfrentar a crise dos 18, ou de qualquer idade. 

Lembro que quando minha irmã tinha dezessete, ela teve um colapso. É estranho (e novamente nostálgico) me lembrar de nós duas sentadas no banco de trás do carro conversando sobre o fato de que ela, aos quase dezoito, não conseguia suportar a ideia da enxurrada de vida que lhe sobreviria. Agora, haveriam responsabilidades, medos maiores, tudo isso que desespera a qualquer um. 

O tempo passou tão depressa que eu logo me vi aos dezessete, e quando os dezoito chegaram (parecia que não chegariam), eu não me desesperei. 

Não houve lágrima, preocupação ou qualquer outra coisa. Apenas uma idade legal (é emocionante finalmente ter a idade do povo dos filmes, apesar de bizarro).

Comecei a falar sobre isso do nada porque agora, prestes a fazer dezenove, eu me pego numa maré de nostalgia que me puxa de um lado para o outro com suas ondas.

Lembro-me das músicas, animes, amigos. Me pego stalkeando aqueles com quem já não converso, escrevendo textos às 03:05 da manhã (e amanhã tem faculdade, hein) sobre o quão mal eu fico sempre que ouço Viva La Vida. 

É engraçado. Essa música fala justamente sobre quando saímos do topo, sobre a efemeridade dos poderes e, de certa forma, dos picos de felicidade e aventura que vivemos. Realmente, me lembro de coisas maravilhosas, e that was when I ruled the world. 

Mas, como já dizia Paulo, graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. Como cristã, mesmo em meio à essa triste epifania, vejo um lampejo de esperança ao olhar para o meu futuro e presente.

Em meio à toda essa dor que uma simples música de 4 minutos (fui checar, é isso mesmo) me trás, eu sinto a paz que excede todo o entendimento tomando conta de mim à medida que me lembro do que diz a palavra. 

Não diga: "Por que os dias do passado foram melhores que os de hoje? " Pois não é sábio fazer tais perguntas.

Eclesiastes 7:10 

Mesmo enquanto me lembro do passado com a agonia da saudade, Jesus me leva a reconhecer que tenho muito o que aproveitar no hoje. Todos nós temos. 

Tenho uma irmã de um ano que logo vai ser uma adolescente, uma faculdade que amo fazer e a liberdade (ou não) de ainda ser uma jovem que vive com a mãe. Ainda vivo com meus irmãos, e com eles cozinho, vejo filmes e faço piadas. Ainda vejo meus avós maternos todos os dias, vivo a fase fofa do meu namoro e conheço o meu Deus - algo que, felizmente, nunca mudará. 

Tenho a mania de sofrer por antecipação quando o assunto é saudade. Eu sei que vou sentir saudades, e por isso aproveito ao máximo o que estou vivendo. Lembro-me que no primeiro ano do ensino médio eu já percebi que sentiria uma imensa saudade de tudo e todos, e por isso aproveitei cada milésimo de segundo (até a metade do terceiro ano, quando eu não estava bem emocionalmente). Devo dizer pela minha experiência: caras, isso funciona. 

Por isso, o título dessa postagem significa não apenas o nome de uma dor, mas de um conselho sério que dou a cada um dos meus leitores: viva la vida

Quando criança, eu não entendia que o nome de Viva La Vida fazia sentido. Pra mim, o nome da música sempre devia ser mencionado na letra hehe Hoje, realmente vejo que esse nome retrata perfeitamente o assunto da música: a vida. Só por curiosidade, devo dizer que esse nome saiu de um quadro da Frida Khalo, mais especificamente o último quadro dela. Nunca fui uma fã da pintora, mas há beleza no fato de que, após viver toda a sua vida e se encontrar em leito de morte, ela deixou uma mensagem importante cravada em melancias.

Os altos e baixos, os dias mais atípicos e a rotina. Viva-os. Viva cada minuto do seu tédio com avidez, observando cada detalhe e saboreando como uma comida deliciosa que você nunca mais poderá comer.

Algo que me mantém firme durante essa montanha russa da vida, e que eu certamente irei mencionar constantemente no blog, é a presença constante de Deus. Talvez terminar esse post sem falar sobre ela seria injusto, então vou continuar a estender meu horário já destruído de sono. 

Quando eu olho pra tudo isso e me vem a dor, não só me acalmam as palavras que Deus me deixou, mas também a presença dEle todos os dias. O fato de que há alguém constante em minha vida pra mim é o meu porto seguro, algo que me mantém sã. 

Isso me ajuda a encontrar um pouco de cura para a nostalgia, pois ao lado do meu Deus eu vivo coisas maravilhosas todos os dias. Conhecê-lo é uma felicidade, saber que Ele é o mesmo e sempre está aqui, é uma segurança e um conforto. 

Mesmo que eu não reine mais sobre o meu próprio mundo, eu sei que Ele sempre reinará. Em um ponto da música, algo muito importante é dito: Eu percebi que meus castelos eram construídos sobre pilares de sal e pilares de areia. 

Isso fala sobre a efemeridade. Coisas que pensamos ser tão sólidas (principalmente a rotina!) se desfazem num piscar de olhos, no bater de uma onda. Por isso, há paz em saber que Jesus nos mostrou que há como fugir disso. 

Como Ele próprio disse:

“Quem ouve minhas palavras e as pratica é tão sábio como a pessoa que constrói sua casa sobre uma rocha firme. Quando vierem as chuvas e as inundações, e os ventos castigarem a casa, ela não cairá, pois foi construída sobre rocha firme.

Mateus 7:24‭-‬25

Por isso, sinto imensa felicidade na segurança que Cristo me trás. Como diz uma música que eu amo muito do Fernandinho: Ele está comigo. E mesmo que o refrão de Viva La Vida ainda me corte como uma faca, Cristo é a cura e o abraço que me fazem compreender: a vida é justamente feita para ser vivida. Então, se eu sinto saudades do que foi bom, isso é uma benção, pois eu VIVI

Escrevo tudo isso agora, na madrugada, em meio à uma epifania (mais uma!) e depois de um mês sem postar. Tudo isso porque resolvi, numa reunião com os irmãos, ouvir essa bendita música. Tudo o que eu tenho a dizer é que só Jesus pode me curar (e me cura, e te cura) dessa dor aguda que é a saudade. Um sentimento profundo que só nos mostra como a presença dEle é importante e maravilhosa. 

Acho que parte da minha epifania tem acontecido há algum tempo, porque eu estou morrendo de medo de não viver a vida de uma boa maneira. Tenho tido medo de tomar decisões erradas e desperdiçar tempo e pessoas, e minha péssima rotina de oração/leitura bíblica não me ajuda muito. 

Ainda assim, eu sei exatamente como eu quero e vou conseguir viver a vida: servindo a Jesus. E em toda a imaginação de como pode ser meu futuro, eu realmente me assusto com a ideia de não viver ao máximo tudo o que Deus tem pra mim, e tudo (no caso, nada) que eu tenho pra mim. A ideia de não dar a Ele meu coração, pensamento e atitudes me desespera, pois eu sei como é vazio viver assim.

Quando eu penso (e vivo) meu ministério, rapaz. Não tem sensação de vida mais louca. Nunca comentei por aqui, mas uma parte do meu ministério é intercessão, e isso é basicamente: Deus manda e eu vou orar por outras pessoas.

Já orei por desconhecidos e falei coisas muito específicas que eu mesma morria de medo de ser coisa da minha cabeça, e sempre fiquei o.O ao ver o povo chorando, concordando e não parando por um minuto pra dizer "tá errado". Na Marcha para Jesus de 2019 eu orei por umas 10 pessoas desconhecidas, morrendo de medo de estar louca e sempre me impressionando com as lágrimas e aceitação das orações e profecias.

Lembro-me de poucas pessoas especificamente, sendo uma delas uma menina de provavelmente 15 anos.

Eu estava feliz e cantando de boa quando Deus simplesmente me disse "Ela tem problemas com jugo desigual" (não lembro exatamente das palavras dEle). Eu fiquei "hmmm, será que é loucura?", mas fui porque nessa altura do dia (já estava escurecendo) eu já tinha orado por muitas pessoas e minha fé estava nas alturas hehe Eu fui, orei por ela e, conforme Deus colocava no meu coração as palavras, eu falei. Lembro-me de dizer a ela que ela era uma princesa, e que Deus tinha preparado alguém especial para ela. Rapaz, ela chorou e acho que até eu também.

Histórias à parte, se você não experimentou viver com Cristo, experimente. Por favor. É adrenalina pura, a loucura de saber que você está se tornando você mesmo aos poucos e vivendo altas aventuras. Querendo ou não eu amo essa palavra: aventura. E Jesus parece saber disso, porque Ele está sempre me oferecendo vários momentos de emoção.

Ele me ajuda a viver mais, a viver de verdade e sem arrependimentos. E eu sei que minha efêmera vida com Cristo significa um eterno peso de glória e felicidade (no qual aconselho que pensem) que também é mencionado na música. Chris Martin (o cantor e compositor da música) disse que o verso "I know Saint Peter wont call my name" (Eu sei que São Pedro não chamará meu nome) fala sobre o fato de que, no fim de tudo isso, pode haver ou não uma condenação.

Só para abrir um parênteses nesse texto já enorme (se você o leu, eu te amo!), devo dizer que já pensei nessa condenação como extremamente injusta. Só comecei a fazer as pazes com ela quando compreendi: em vida, você pode escolher se quer viver com Jesus ou não. As descrições dEle na palavra são: a verdade, o caminho e a vida (João 14:6), maravilhoso conselheiro, pai da Eternidade, príncipe da paz (Isaías 9:6) e muitas outras coisas maravilhosas. Por isso, se você escolhe que não deseja sua companhia nesta vida, porque a terá manifestando infinita glória no porvir? É uma escolha que nós fazemos para nós mesmos, e que envolve um coração sincero (de maneira que apenas dizer que quer viver com Deus não é o suficiente, como nós podemos observar em muitas vidas que apenas falam e nada fazem).

Para terminar, reforço a mensagem da música e da pintura, e deixo novamente essas três dolorosas, bonitas e loucas palavras: Viva a vida.

Até a próxima epifania, ou momento comum onde eu conseguirei discorrer sobre um assunto que não está me matando por dentro. Amo vocês, parabéns a quem leu tudo!